Corografia Portugueza [...]

Introdução

Corografia Portugueza, e Descripçam Topografica do Famoso Reyno de Portugal, com as noticias das fundações das Cidades, Villas, & Lugares, que contêm; Varões illustres, Genealogias das Famílias nobres, fundações de Conventos, Catalogos dos Bispos, antiguidades, maravilhas da natureza, edificios, & outras curiosas observaçoens é o título completo da obra que agora se edita em suporte informático. Esta obra foi originalmente publicada em três tomos, editados em Lisboa, o primeiro por Valentim da Costa Deslandes, em 1706, o segundo em 1708, pelo mesmo impressor, e o terceiro na Officina Real Deslandesiana, em 1712. Estão, contudo, por apurar os anos em que foi escrita, bem como as condições da sua produção e a sua recepção. Sobre o autor, sabe-se que a Corografia foi uma obra singular no conjunto da sua produção bibliográfica. Carvalho da Costa era, como ele mesmo refere na introdução à Corografia, um «Clérigo matemático», versando a maior parte dos livros que escreveu sobre astronomia. Contam-se entre eles o Tratado compendioso da fabrica, e uso dos relógios de sol: dividido em quatro secçoens, Lisboa, Officina de António Craesbeek de Mello, 1678; a Via astronómica: primeira e segunda parte..., Lisboa, Officina de Francisco Vilella, 1676-77, 2 vols.; e a Astronomia methodica: distribuída em três tratados..., Lisboa, Officina de Francisco Vilella, 1683. Carvalho da Costa foi também autor do Compendio geographico: distribuido em tres tratados , Lisboa, Officina de João Galveão, 1686 (Machado, p. 233; Silva, 1973, pp. 105-107). Sabe-se também que a Corografia rapidamente passou a ser uma obra de consulta obrigatória, por parte das instituições centrais como de pessoas particulares, quando interessadas em obter informações sobre as terras do Reino. Foi igualmente uma obra de referência para todos os que, ainda na primeira metade do século XVIII, se empenharam na descrição do Reino de Portugal, nomeadamente para o padre João Baptista de Castro, no seu Mappa de Portugal (1745-48), e para António de Oliveira Freire, que a resumiu na Corografia do Reino de Portugal (1755).